Um blog para quem não tem muito mais o que fazer da vida, fora opinar.

sexta-feira, janeiro 21, 2005

The Graduate

The top five things I like to talk about...

Eu poderia ter dado o título de "The Bachelor", mas alguém poderia confundir com aquela série de tevê e tal, o que não me agradaria muito (claro que me agradaria ter um monte de mulher me disputando, só não gosto da série). Logo, preferi o título atual, de um filme que eu adoro (pra quem não sabe, é o título original de "A Primeira Noite de um Homem").
Mas, enfim, o que importa, gente boa, é que eu estou me formando! Sim, depois de vários percalços e desafios que eu mesmo criei e me impus (das formas mais idiotas possíveis, diga-se de passagem), finalmente chego ao fim do curso de Direito e em breve poderei ser chamado de bacharel. Na real, a idéia ainda me é um pouco estranha, não sei ainda muito bem o que fazer com essa minha futura realidade, a de alguém com diploma em curso superior, pronto para enfrentar o mercado de trabalho e assumir responsabilidades maiores e mais complexas. Na boa, eu ainda não posso fazer parte dessa realidade, tchê! Bom, acho que agora não tem mais choro, é encarar o mundo de frente e ver no que dá, não é mesmo?
Estava pensando numa top five list sobre esse assunto, talvez os maiores medos ou maiores ambições, sei lá, e acabei escolhendo o seguinte:

Top Five Things I Wanna Do After Graduation That Have Nothing To Do With It

1 - Ir pra Torres, em dois momentos diferentes e por motivos igualmente diferentes: primeiro, ir devidamente acompanhado pra aproveitar a praia e relaxar, não sei se durante o Carnaval ou num fim de semana anterior, sei que quero é ficar bem largado; e segundo, ir sozinho, mas com uma penca de livros e cds, seja pra estudar pro exame da OAB, seja pra começar a preparar um projeto de mestrado ou, finalmente, para voltar a escrever um pouco de ficção, só pelo prazer de fazê-lo e sem a tensão de que alguma de minha obras (sic) venha à tona;

2 - Tomar umas cevas com os amigos de fé, aqueles que não vejo e com quem não falo há horas, mas que estão sempre aí pro que der e vier (no caso de amigos que não bebem, talvez um madrugada recheade de PlayStation, hehehe);

3 - Voltar à academia, ou voltar a fazer periodicamente qualquer esporte que seja, se bem que eu já deveria estar começando isso agora, mas de qualquer maneira eu tenho de perder peso e voltar ao que costumava chamar de "forma física satisfatória", ou até "passável", porque o meu pânceps tá de doer...;

4 - Voltar a tocar direto, ensaiando toda semana e se possível com shows mensais, quinzenais ou semanais, não importa, tô afim é de cantar em banda de uma vez, como em novembro e dezembro passados;

5 - Arrumar o meu gabinete, que parece ter sido destruído por um vendaval, quando na verdade ele está assim simplesmente por ser meu gabinete, em livros, folhas soltas, cds e restos de ossos (tô brincando, esses ficam no quarto) se misturam de uma forma assustadora.

Mas, na real, a coisa que eu mais tenho de fazer depois de me formar, ou melhor, já devia começar desde agora, é parar de fazer merda, em todas as acepções possíveis da palavra, e alguns dos visitantes deste blog sabem do que estou falando. Enfim, estou bem, mas ainda tenho algumas coisas no que melhorar, pessoal.

Ah, hoje não teve bem trilha sonora, mas fiquei cantarolando uma música do Queen (MOX, te fecha) que eu não ouço há tempos, chamada "Long Away", eu acho, muito boa, acho que vou até escutá-la agora, a bem da verdade.

Enfim, abração a todos, e agora vou tentar postar com mais freqüência. Falou!

quinta-feira, janeiro 06, 2005

But I open my eyes and it's a lovely day...

The top five things I like to talk about...

Vou deixar o futebol e o rock brasileiro um pouco de lado, por hoje. Estou praticamente de férias, então posso me dar ao luxo de escrever com mais freqüência, inclusive posts não muito longos e mais simples. Pois bem, este é um post simples: estou tendo uma primeira semana de 2005 muito boa, apesar de coisas que poderiam me pôr pra baixo, como alguns amigos meus devem saber. Mas penso justamente no verso de "Snowed Under", música do Keane, e que serve de título para este post e tudo muda: passo a ver o lado bom das coisas ruins e tento ser mais cuidadoso com as coisas que parecem ser totalmente boas. Além disso, ontem o meu irmão, ao telefone, disse que eu estava com "uma voz muito boa", que inspirava confiança, como se eu pudesse fazer qualquer coisa e encarar qualquer desafio por me sentir bem. Não tinha me dado conta disso, mas ontem eu realmente estava assim, pois fiz praticamente tudo que tinha pra fazer na minha volta a POA, joguei bola, enfim, estava numa boa e SINCERAMENTE tranqüilo. Digo isso porque eu sou campeão de falar aos outros que estou tranqüilo para não preocupar ninguém, principalmente meus pais e meus irmãos.

Em suma, estava numa boa ontem (de noite, duas pessoas testemunharam um pouco de stress da minha parte, mas que em breve passou) e as coisas indicam que hoje vai continuar assim, fico pensando a quais coisas coisas ou pessoas devo esse meu estado atual, e me ocorreram algumas:

Top Five Persons and Things That Made Me Feel Good These First Days of the Year (nossa, que título longo eu fiz pra essa top five list...)

1 - Ter passado o reveillon com meus pais depois de 3 anos - bom, os finais de ano de 2001 e 2002 eu passei em Pinhal com minha então namorada, porque ela não passava longe da família dela (já eu podia, né?), e em 2003 passei com o meu irmão, o Nando, e minha cunhada, a Ana, no Canadá, e meus pais não puderam ir, o que teria sido ótimo, mas ainda assim adorei aquele reveillon. Mas o fantástico dessa viagem de fim de ano é que passamos 10 dias sem brigar, de verdade, numa boa, eu, meus pais, minha tia Dóris e o Pedro e a Sandra, meu outro irmão e sua mulher. Enfim, foi um momento familiar quase completo, pois faltavam não só o Nando e a Ana, mas principalmente a nossa querida e saudosa Vó Lourdes, que faz uma tremenda para todos, mas que, segundo minha mãe, uma cientista cética ao extremo, devia estar feliz em nos ver todos em paz e felizes. E querem saber? Ela tem razão;

2 - O Pedro e a Sandra - eles foram os melhores amigos e confidentes possíveis em Manaus, nas horas em que eu estava em dúvida, confuso e até por vezes deseperado. Sempre disse que tenho sorte de ter meus irmãos como meus melhores amigos, e além disso posso dizer o mesmo das minhas cunhadas, ou melhor, das irmãs que tive a honra de conhecer. Além disso, o Pedro e a Sandra são engraçados, divertidos e uma das minhas esperanças imorredouras no amor e no casamento, assim como o Nando e a Ana;

3 - Poder finalmente me considerar um "provável formando" - faltando só dois professores meus informarem meus conceitos, o que acontecerá semana que vem, já posso dizer que consigo me ver recebendo o diploma, coisa que alguns dias atrás era impensável. Claro, fiz quase todo o possível para não me formar, mas graças a muita pressão externa (hehe), consegui umas manobras para finalmente receber o canudo (no bom sentido, gente...);

4 - Voltar a ter planos definidos para o futuro - assim que me formar (isso ainda me soa estranho, tenho de confessar...), pretendo pôr em prática algumas coisas, como tentar estágios em tudo que é órgão internacional, fazer applications em todos os mestrados possíveis na Europa (EUA já cansaram, e é muito caro) e também no Brasil (por enquanto, só cogito BSB), tentar bolsas de estudo para estudar fora, e, em breve, poder ser professor de Direito Internacional Público. Quem sabe, algum concurso que me interesse, como o de Promotor (não muito) ou o de Procurador da República (esse mais), não descartando 100% o Rio Branco. Enfim, várias idéias, mas alguas mais forte que as outras, todas apontando para o futuro, que é para onde eu decididamente estou me direcionando, agora;

5 - Contar com o apoio, a presença e a simples existência de meus melhores amigos - volto a incluir nesse grupo o Pedro e a Sandra e o Nando e a Ana, mas adiciono gente como o Maurício, a Ana Íris, a Maitê (a minha formatura é mais mérito dela que meu), a Anne, a Mari, o Bordin, o Rafael Ribeiro e uma penca de gente que desde que eu voltei, de uma forma ou de outra, fazem com que eu fiquei em paz, de bem comigo e com tudo, e por isso merecem todas as homenagens e demonstrações de amizade possíveis. Àqueles amigos cujo nome não citei, por favor, desculpem-me, mas desde que voltei foram essas as pessoas que mais vi e com quem mais conversei, então não se sintam negligenciados, pois vocês todos fazem, como amigos, as coisas valerem a pena de verdade.

Bueno, o post acabou ficando longo, que coisa... Enfim, abração a todos, depois volto com futebol e música pra vocês, abraço!

quarta-feira, janeiro 05, 2005

Partindo em defesa do rock brasileiro - parte 1 (apêndice)

The top five things I like to talk about...

Putz, quase esqueço de fazer a top five list dos anos 60 no Brasil, que gafe! Bueno, sem mais rodeios, lá vai:

Top Five Brazilian Bands and Artists in the 60's

1 - Os Mutantes - por todos os motivos expostos no post anterior, essa banda merece estar em todas as listas, mas vejam bem, APENAS na formação original, que depois a coisa degringolou, com a saída da Rita Lee e louco do Arnaldo Baptista. Qualquer outra coisa que se fez em rock no Brasil que tivesse algum elemento psicodélico ou eventualmente excêntrico tem o dedo e a influência dessa banda (e, sim, considero Pato Fu uma banda legal, apesar de muitas vezes ser xerox dos Mutantes). Pôxa, o Sérgio Dias foi um dos responsáveis pela guitarra elétrica entrar no Brasil e tomar tudo de assalto! Era uma banda com ótimas letras, com "Meu Refrigerador Não Funciona", por exemplo, e que fazia ótima versões de músicas do Gil e do Caetano, como "Batmacumba". Enfim, a maior banda de rock da década de 60, e, não só na sua época, uma das melhores do mundo;

2 - Gilberto Gil - outro dos responsáveis pela eletrificação (?) da música brasileira, tornando-a internacional sem perder nada de sua brasilidade. Ao lado do Caetano um dos encabeçadores do Tropicalismo, tentaram, de certa forma, fazer na música brasileira o que os modernistas fizeram com a literatura, na década de 20, queriam revolucionar ao mesmo tempo que resgatavam origens culturais, modernizar e apegar-se à tradição. Só por isso, nosso atual ministro já merece respeito e admiração;

3 - Caetano Veloso - aplica-se a ele o mesmo dito a respeito de Gilberto Gil, enfatizando que ele nunca pretendeu negar a bossa nova, tanto que era e ainda é devoto de São João Gilberto, tendo produzido espetacularmente seu disco "Voz e Violão", de poucos anos atrás, um primor. Caetano era a transgressão na letra, a mensagem subliminar e a criatividade musical em seu máximo. Apesar das críticas válidas quanto a seu último disco, esse baiano lendário merece toda nossa admiração;

4 - Os Incríveis - tá, essa é pra levantar polêmica... Eles fizeram a versão em português de um rock em italiano que ficou mais famosa na versão dos Engenheiros, mas, além disso, foram uma banda de rock de verdade, com guitarras levemente distorcidas e eventuais gritos guturais. Vê-se claramente neles uma influência do rock inglês da década de 60, especialmente dos Stones e dos mods (The Who, The Kinks), mas eles nunca perderam o inconfundível e brasileiríssimo sotaque paulista: "mas está morto no Viétinã", hehe;

5 - Erasmo Carlos - entre o Rei e o Tremendão, fico com o último, até porque a continuação da carreira dele mostra, na minha opinião, mais brilho que a de Roberto Carlos, especialmente nas parcerias, como a com Renato Russo. E, convenhamos, "É Proibido Fumar", em pleno Brasil puritano e conservador cutucou a ferida e atacou a moral de muita gente, como o bom rock deve fazer. Tá, não foi nenhuma "Let's Spend The Night Together", mas ele merece respeito, e eu o considero o primeiro grande rockeiro da música brasileira.

Que venham as pedras, que venham as críticas, abraços a todos!

Partindo em defesa do rock brasileiro - parte 1

The top five things I like to talk about...

O MOX, grande polemista, publicou um post afirmando que a melhor banda de rock brasileiro não chega aos pés da pior banda banda inglesa, coisa que mexeu com meus brios e o de muita gente, o que, tenho certeza, era a principal intenção do meu amigo ao escrever aquilo. Logo, hoje, além de uma top five list ao fim, resolvi fazer uma breve retrospectiva do rock brasileiro dos anos 60 até hoje em dia para salientar os pontos positivos e identificar os melhores grupos e artistas, tentando pôr por terra a tese do MOX.

Anos 60: apesar do rock no Brasil ter surgido no fim dos anos 50, é na década seguinte que as expressões mais importantes desse movimento se manifestam. Na primeira metade da década, temos a Jovem Guarda, que era mais uma releitura do rock americano e inglês, mas ainda assim importante como primeira manifestação de um estilo. Depois, na segunda metade década, temos a banda que muitos ainda consideram a melhor do rock brasileiro, Os Mutantes, de Rita Lee, Sérgio Dias e Arnaldo Baptista, que revolucionaram a música no Brasil com a introdução da guitarra elétrica, por exemplo, mas principalmente pela critividade de suas composições e pela sua qualidade como músicos. Ao mesmo tempo, surge o Tropicalismo, com Gilberto Gil e Caetano Veloso, quebrando regras e paradigmas musicais, fazendo música brasileira autêntica que não era só samba ou bossa nova. E, também nessa década, nasce para a música aquele que é considerado o pai do "suingue", Jorge Ben, ou Jorge Ben Jor, como queiram, um cara cuja capa do primeiro disco é ele tocando violão num banquinho, ou melhor, como se estivesse sentando em um banquinho inexistente, talvez para avisar que o tempo da bossa passou, que não era mais nova, que era a hora de outros sons, de outros estilos. Enfim, durante essa década, começou a realmente surgir no Brasil o rock, e com força e vigor. Gente como o Novoselic, ex-baixista do Nirvana, e o Jello Biafra, ex-vocalista dos Dead Kennedys, sem mencionar uma penca de gente, consideram Os Mutantes geniais, uma das melhores bandas de rock a surgir no mundo. Só esses comentários servem para enaltecer a grandeza dessa banda, da qual até não sou o fã mais ardoroso, mas que respeito como um marco na história do rock mundial, indubitavelmente. E a questão não é apenas Os Mutantes, mas sim que agora o cenário mundial percebe que no Brasil não há só samba e bossa. Gente como Elis Regina, por exemplo, começa a prestar atenção em composições desse novo estilo, principalmente na década de 70, com suas versões de "Como Nossos Pais" e "As Curvas da Estrada de Santos", por exemplo, mas isso é assunto para a década de 70. O meu ponto é que o rock começa a ganhar espaço no Brasil e conta com representantes de peso, e isso é apenas o começo. É nessa década que tal movimento musical deixa de pertencer apenas ao mundo anglo-saxão e passa a ser do mundo todo, inclusive em países como a França e a Itália. E se o rock é de todos, porque não pode ser do Brasil também?

Sobre a década de 70 falarei em outro post, pois acho que já escrevi o suficiente nesse para atrair a atenção do MOX, hehe. Abração a todos, e, pra quem não conhece, ouçam Os Mutantes, qualquer música, para terem uma idéia do que eu estou falando. Falou!

terça-feira, janeiro 04, 2005

Um pouco sobre futebol, hoje

The top five things I like to talk about...

Bom, não é só o meu amigo MOX que pode escrever sobre esse tema, acho que também sou entitulado a fazer isso, não acham? Bom, alguns podem não se entusiasmar muito com o assunto, mas não os culpo, nem todo mundo tem obrigação de gostar de futebol. Ultimamente, tenho me overdosado de documentários sobre futebol, trechos de partidas, gols em Copas do Mundo e coisas do gênero. Anteontem, comprei um DVD da Placar com documentários sobre o Maradona, inclusive com uma enquete sobre quem teria sido o maior do Mundo, ele ou Pelé. Bom, discussões a parte (até porque ainda não vi o filme sobre o Pelé, ainda, coisa que pretendo fazer em breve), fiquei, é claro, pensando em quem eu consideraria os melhores jogadores do mundo, dos que já vi jogar, seja ao vivo, em estádio, ou pela tevê, mas ainda ao vivo. Venho acompanhando futebol de perto desde 1993, eu acho, e posso pelo menos dar o nome de alguns, quem sabe uns cinco, hehe, para fazer minha lista. Bom, lá vai:

Top Five Football Players I ever saw (at least since 1993)

1 - Zinedine Zidane - acompanhei toda a Copa da França e, desde então, a carreira desse que, sem dúvida, é o maior jogador daquele país, maior que Platini ou Just Fontaine, pois conseguiu a Copa do Mundo, coisa que seus gloriosos antecessores falharam em vencer. Quando foi para o Real Madrid passei a ver mais jogos seus, pois prefiro o Campeonato Espanhol ao Italiano. E foi em Madrid, já um jogador maduro e experiente, que Zidane mostrava todo seu domínio da bola, o jogo cadenciado, a visão perfeita, enfim, um jogador extraordinário, e que ainda encanta as torcidas de todo mundo, mesmo que o Real Madrid não esteja lá essas maravilhas (vamos ver o que Luxemburgo consegue das estrelas);

2 - Romário - por um período bem definido, especificamente de 1993 a 1995, ninguém podia com ele, pois era o melhor centroavante do mundo matador ao extremo e sem competição à altura. Uma imagem emblemática dele foi logo após seu gol de cabeça contra a Suécia, na semi-final da Copa de 94, em que não vibrou ou correu, simplesmente abrindo os braços e caminhando lentamente, como se disesse para si mesmo e para os outros: "Eu sou bom e não tem conversa, peixe!" Bom, durante esses três, ele foi fantástico, e isso ninguém pode negar;

3 - Ronaldo - a carreira dele tem fases bem definidas: na primeira, de 1993 a 1994, era um moleque magro, rápido e habilidoso que empilhava gols pelo Cruzeiro até ser chamado pro Parreira para ir à Copa, apesar de não ter jogado sequer uma partida; na segunda, de 1995 a 1997, encantou a Europa, primeiro no PSV-Eidenhoven, e depois, eterno e inesquecível, no Barcelona, em que encantou a todos com gols e dribles, e ganhou o título de melhor jogador do mundo aos 20 anos de idade; a terceira fase é de 1998 a 2001, a fase italiana, na Inter de Milão, onde não só não jogou o esperado como teve duas lesões que poderiam ter precocemente encerrado sua carreira; e temos, desde 2002, a fase atual, de gols e de recuperação, apesar da má campanha do atual time do Real Madrid. Cada um escolha a fase que quiser, mas eu fico com aquela do Barcelona, sem dúvida;

4 - Gheorge Hagi - o vi jogar tanto na Copa quanto no Barcelona, mas nada supera aquele 3x2 da Romênia sobre a Argentina nas oitavas-de-final, em que Hagi comandou seu time e deixou os argentinos com uma saudade de Maradona, desejando que o romeno trocasse de time, mas continuasse com a camisa 10. Para mim, junto com Romário e Stoichkov, um dos destaques daquela Copa, e um dos melhores pés esquerdos do futebol, na tradição de gente como Puskas, Rivelino e Maradona, até;

5 - Ronaldinho Gaúcho - como colorado, não dá pra esquecer GreNal em que o moleque dentuço entortou o Dunga com um elástico pra depois marcar o gol. E, ainda como colorado, não escondo a alegria dele ter atochado o Grêmio com sua transferência para o PSG, deixando o ex time a ver muitos navios e nenhum centavo. E como apreciador de futebol, não posso esconder a admiração tremenda que tenho pela genialidade desse cara, por gols aquele contra a Venezuela na Copa América, que ninguém mais agüenta ver, ou os três que ele marcou num jogo da seleção pela Copa das Confederações, eu acho, um de voleio, outro de falta e um que ele encobriu o goleiro depois de entornar um dos outros mil zagueiros que tentaram, em vão parar esse jogador que hoje, merecidamente, é o melhor do mundo, a torcida do Barcelona que o diga.

Curioso, dessa lista que eu fiz, apenas o Zidane não joga ou não jogou no Barcelona. E Romário, Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho ganharam o título de melhor do mundo quando estavam no Barça (se bem que o Ronaldo ganhou pela terceira vez quando estava no Real Madrid). E gente como Stoichkov, Maradona e Cruyff já jogaram no time catalão. É mole ou quer mais? Aguardem, a próxima lista de futebol será daqueles jogadores que eu só por meio de documentários e filmes, os astros de outrora. Bueno, abração a todos. Ah, recomendação musical: ouçam, todos, o "Raw Power", terceiro disco dos Stooges, um clássico do rock, que prova por que o Iggy Pop era e ainda é fodão. Falou!

quarta-feira, dezembro 22, 2004

Sometimes you can't make it on your own...

The top five things I like to talk about...

Sim, acabei de escolhar essa música nova do U2 como uma das minhas favoritas, pelo menos nesse fim de ano. Ela resume boa parte das coisas em que tenho pensado nos últimos tempos, faz menção a algumas mesmas mancadas que tenho cometido. E, mais do que tudo, ela faz eu me arrepender de várias atitudes e idéias minhas e faz com que eu conclua que 2005 vai ser um ano de reflexões, bem mais sérias e profundas do que as que fiz neste ano. Aqui vão algumas delas:

Top Five Things I Should Think About and Work On in 2005

1 - Parar de ter medo de tomar decisões sobre assuntos sérios e relevantes, como o que fazer da minha profissional e sentimental, principalmente;

2 - Começar a cumprir as promessas que faço comigo mesmo, os compromissos que assumi com a minha consciência e que deixei de cumprir por imaturidade, medo e, às vezes, por simples comodismo;

3 - Tentar amadurecer um pouco mais rápido e compensar alguns anos de atraso que existem entre o meu relógio biológico e o emocional e que dificultam minha vida em sociedade por muitas vezes;

4 - Deixar de ficar querendo o que não tenho e passar a não querer mais quando está ao meu alcance, como fiz diversas vezes em situações semelhantes ao longo do ano;

5 - Pensar um pouco mais na realidade e deixar de sonhar tanto, apenas um pouquinho, só para não deixar de lado meus sonhos que são metas, ou minhas metas que são sonhos, enfim...

Bom, caí um pouco no lugar de fazer uma espécie de lista de resoluções de Ano-Novo, coisa que quase nunca fiz. Mas acontece que essa lista eu vou levar a sério e ao pé da letra, porque chega um hora que não dá mais, não mesmo, tchê...

Na vitrola, "All This Useless Beauty", do Elvis Costello, uma das vozes mais fantásticas do rock, e uma das mais belas e tristes baladas que já ouvi. Outra que recomendo pros amigos, além da já citada música do U2.

Fica, então, meu abraço de Natal e meu desejo de um Feliz Ano-Novo pra todos os amigos que passam por aqui. Obrigado pela presença de todos, e aproveitem os feriados que se aproximam. Abração, falou!

domingo, dezembro 19, 2004

But I try, I try...

The top five things I like to talk about...

Estou ouvindo "Modern Love", do David Bowie, e fiquei pensando no verso que dá nome ao post. Será que eu tento mesmo certas coisas? Será que realmente faço aquela dose de esforço necessária para que as coisas dêem certo? Ando pensando muito nisso nos últimos dias. Na real, tenho atravessado um certa crise nos últimos tempos, que é um pouco de dúvida existencial, crise de formando, incredulidade quanto à vida, enfim, um monte de tralha que fica na cabeça a gente só pra incomodar. E quase nada que eu tenho feito tira minha cabeça dessas dúvidas e elocubrações um tanto quanto nocivas. Algo que certamente me faria bem seria jogar um futebol (e, é claro, driblar o MOX, hehe), ou quem sabe tocar com uns amigos.

Por algum motivo em especial não estou com aquela sensação comum de fim de ano, parece que o ano não vai terminar, que estou numa semana perpétua, sem fim, e que minha sensação será a mesma sempre. Tipo "Feitiço do Tempo", com o Bill Murray, só que o cara tem noção de que ele sempre vai acordar no mesmo dia. No meu caso, é apenas uma sensação estranha, dando a entender que as coisas talvez não mudem... What the fuck, é domingo de noite, eu não devia estar refletindo sobre esse tipo de coisa, tenho que pensar em alguma top five list, rápido, antes que volte a me angustiar com esses pensamentos... Já sei!

Top Five Songs That Make Me Oblivious to Everyone and Everything

1 - "If You Want Blood (You Got It), AC/DC: bom, essa é a típica música pra ficar batendo cabeça e mandar tudo pro espaço. Tem uma cena muito boa no "Empire Records" em que o personagem do Anthony LaPaglia vai tentar tirar a cabeça do stress da loja tocando bateria ao som dessa música, e eu acho que entendo pq - it's only rock and roll, but I like it... Enfim, boa música pra tirar a cabeça de besteiras.

2 - "Sheena Is A Punk Rocker", Ramones: outra música curta, de batida rápida e animada, pra não pensar, só ouvir e esquecer de todo o resto. Foi a primeira música que me fez gostar de Ramones, porque antes eu tinha um certo preconceito quanto à banda (também tenho de agradecer a minha priminha Roxy por ter sido uma influência definitiva para que gostasse da banda). Aliás, o "Rocket to Russia" é um baita disco pra ficar ouvindo e esquecer o mundo lá fora, coisa que já não acho do "Road to Ruin", que é um pouco mais reflexivo, até porque tem "Questioningly", uma baita balada.

3 - "Only Wanna Be With You", Hootie and the Blowfish: tá, eu sei que não tem absolutamente nada a ver com as outras músicas e tal, mas eu a ouço e fico leve, sem pensar em nada, só balançando a cabeça junto com a batida. Uma musiquinha boba, mas bem legal, boa de ouvir.

4 - "Walking on Sunshine", Katrina and the Waves: essa eu peguei do "High Fidelity", sei lá, fico imaginando um bando de gente trabalhando numa loja de cds ao som dessa música, todos animados, dançando (tipo o Jack Black) e falando besteiras, sei lá, gosto dessa música.

5 - "Keep Fishing", Weezer: estou ouvindo essa agora, e não estou pensando em absolutamente nada de preocupante, angustiante ou qualquer coisa do gênero. Simplesmente perfeita pra ficar numa boa. Tipo, o clip tem os Muppets, precisa de algo mais leve e relaxante? Acho que não. Ah, prefiro a versão do single, muito melhor que a versão que está no "Maladroit". E falando em Weezer, pra quem não conhece, acho que o álbum verde homônimo é uma baita pedida, principalmente "Don't Let Go", que abre o disco.

Ah, lembrei de uma outra música que podia estar naquela minha lista de músicas para chorar: "Sparks", do Coldplay, das mais tristes e entristecedoras que já ouvi. Já chorei muito ouvindo essa música... Ah, melhor parar de pensar nela que daí já começo a pensar em assuntos chorosos, em dúvidas existenciais... Bom, fiquem com essa última lista, pois ela realmente reflete o meu atual estado de espírito, abraço a todos.


segunda-feira, dezembro 13, 2004

Um post longo pra compensar a ausência

The top five things I like to talk about...

Read the book, seen the movie, and been to the play.

Finalmente, vou falar da peça “A Vida é Cheia de Som e Fúria”, à qual assisti devidamente acompanhado de meus amigos MOX e Roxy, no domingo passado, no Theatro São Pedro.

Para os que me conhecem, sabem que eu sou louco pela história, pela bagunça emocional do Rob Fleming, pela sua imaturidade e ansiedade, pela sua mania de fazer listas e, principalmente, pela mania que temos de fantasiar a vida e esquecer de vivê-la, nos atendo às expectativas geradas pela nossa imaginação. Enfim, um dos meus assuntos ou dilemas favoritos.

Pois é, fui, afinal, assistir à peça e não me decepcionei. Pelo contrário, adorei a peça, que em nenhum momento pretende ser plenamente fiel ao livro, mais se inspirando na história e retirando ou adicionando algum conflito aqui, algum personagem acolá. Assim como o filme, o foco da história de vez em quando muda um pouco, fazendo com que, ao fim e ao cabo, tenhamos três visões levemente diferentes da mesma história (falando nisso, ocorreu-me agora o filme “Rashomon”, do Kurosawa, que é um exemplo fantástico de como uma história pode ser distorcida por diferentes narradores, um filme que vale muito a pena ver, recomendo!).

Bom, tentando resumir minhas impressões a respeito da peço, vou fazer uma lista com os principais motivos pelos quais gostei da peça:

Top Five Reasons Why I Liked the Play

1 – O Guilherme Webber, depois de um terrível vilão de novela da Globo (o Tony, de “Sabor do Pecado”), cresceu enormemente no meu conceito e é a estrela da peça por excelência, numa interpretação memorável: dramática, cômica, intensa, expressiva, enfim, o cara mostrou ser um baita ator com essa peça, em que ele segura a atenção e o carisma do público por quase 3 horas sem parar. Como disse a minha amiga, Roxy, ainda que com um estilo diferente, ele não ficou devendo em nada para o John Cusack. Ah, e uma curiosidade estranha quanto ao Guilherme Webber: ele ficou me lembrando muito o Chris Martin, vocalista do Coldplay, durante a peça... Weird...

2 – A montagem da peça é muito animal, todo o cenário é perfeito, com a tela de projeção transparente, o palco que muda toda hora, fantástico, dá uma impressão de filme sem tirar a magia do teatro, adorei.

3 – Juntando os últimos dois motivos, a direção está perfeita, fazendo com que tudo na peça se encaixe em perfeita harmonia, sendo que até as mudanças feitas quanto à história original (que não foram poucas, como disse antes) ficam bem na peça.

4 – A “trilha sonora” da peça, com algumas músicas a mais quanto ao filme, e umas a menos quanto ao livro (que, aliás, deveria vir com vários cds junto, com todas as músicas citadas ou recomendadas por Rob Fleming, o que vocês acham?). Gostei particularmente de um do Neil Young que o Rob toca em homenagem a uma de suas ex (the one with the breasts, I think...), mas não lembro do nome.

5 – E, last but not least, o personagem do Dick, que tem um desfecho que difere totalmente do livro e do filme, mas que acho exprime perfeitamente o que é cabeça dele, do Rob e do Barry (não vou contar maiores detalhes para quem não viu o filme, pelo menos). Conversei sobre isso com a Roxy e acho que o desfecho dele ajuda no próprio amadurecimento do Rob, na peça. Não, não adianta, não vou contar o que acontece com ele no filme, muito menos na peça. Quem já tiver visto o filme e quiser saber da peça, perguntem que eu mando um e-mail.

Em suma, adorei a peça, foi plenamente perfeita, não me decepcionei nem um pouco. Lamento que muitas pessoas não a tenham visto, mas fico feliz por ter assistido à peça na companhia de dois amigos meus, que sabem o que um pouco de música pode fazer na vida de alguém. Roxy e MOX, valeu pela companhia.

Desculpe, mas eu vou chorar...

Essa semana a chapa dos meus amigos que disputava a eleição do Centro Acadêmico lá da Faculdade de Direito perdeu, e estávamos quase todos reunidos na casa de um deles. Depois da notícia de que a outra chapa havia ganhado muitas pessoas ficaram emocionadas e tristes, pessoas que trabalharam muito nessas últimas semanas e durante toda essa última gestão do CAAR. Até mesmo quem não era da Faculdade pintou durante a campanha pra ajudar o pessoal, especialmente o Maurício, o “Mongolão de Macondo”, que deu uma baita ajuda para o pessoal. Mas não deu, infelizmente, e eu fiquei bastante chateado com isso, principalmente na hora, em que estavam todos lá, meio cabisbaixos. Mas logo veio um clima não de descontração, mas de confraternização, em que cada um se deu uma flor de papel explicando os motivos por que tal pessoa merecia ganhá-la, enaltecendo as qualidades da mesma e lembrando do esforço despendido por cada uma delas para a chapa e para a campanha.
Depois, em casa, já com a cabeça mais leve e tranqüila, comecei a pensar em por que não me emocionei como os outros a ponto de chorar por causa da derrota. Seria eu um insensível, já pressentira que a outra chapa venceria, por acaso? Não, talvez eu simplesmente não tenha doado tanto sangue e suor como os outros para, em decorrência disso, verter as merecidas lágrimas após o resultado. E é em homenagem às lágrimas de meus amigos, lágrimas de alguns que foram até heróicas, que faço a seguinte lista:

Top Five Songs That Make Me Cry

1 – “Astral Weeks”, Van Morrison: havia recém saído de um relacionamento caótico e essa música me serviu de alento, um breve canto de esperança quanto ao coração, que àquela época estava bem machucado. Aqui são mais lágrimas de dor, permeadas por um pouco de esperança, mesmo.

2 – “Smoke Gets In Your Eyes”, Sarah Vaughan: sim, eu sei que a versão dos Platters é mais conhecida, só que essa versão da Sarah Vaughan me emocionou a um ponto que eu não imaginava possível, tamanha a beleza da interpretação, da voz dela, de como ela parece sofrer, quando ela mesma não consegue esconder as lágrimas. Aqui, as lágrimas são de pura emoção ante a beleza da música.

3 – “Acrilic on Canvas”, Legião Urbana: música triste ao extremo, em que o narrador chega fantasiar a dor sentida para ter algo mais para sentir. Sem muito mais o que dizer, pois o próprio clima e a letra da música explicam tudo. Lágrimas de perda e de dor nesta música.

4 – “Wise Up”, Aimee Mann: música da trilha sonora de “Magnólia” (filme memorável, entre os melhores que já vi), tão simples quanto triste. Para os que já viram o filme, é aquela que todos os personagens cantam (para os que não viram, não estraguei o filme ainda, garanto! Peguem na locadora neste exato instante, vale muito a pena!). Aqui, lágrimas de redenção, segundo minha interpretação do filme, é claro.

5 – “My Melancholy Blues”, Queen: minha música preferida de dor-de-cotovelo, aquela que sempre ouço depois de quebrar e que, por mais triste que me deixe num primeiro momento, consegue me deixar tão bem como nunca, pronto pra outra. Tenho disso com músicas tristes, elas parecem me ajudar na pior hora, fortalecendo o meu coração para baques maiores e mais dolorosos. Bom, independentemente do tamanho e da dor da queda, sempre terei essa música para me consolar e me servir de apoio. Lágrimas de abandono e da mais pura dor-de-cotovelo...

Portanto, amigos, já que não chorei esta semana por vocês quanto à eleição (repito, não foi por insensibilidade), quero que saibam que durante a semana ouvirei a todas essas músicas no repeat pensando em vocês todos e chorando com elas não pelos motivos que outrora fazia, mas pela dor que vocês sentiram: agora, todas essas músicas serão para verter lágrimas de compaixão, lágrimas de amizade. Abração a todos...